domingo, 24 de junho de 2018

Tetrásticos



Poema criado pelo poeta brasileiro Genilton Vaillant de Sá.
Consiste em escrever um conjunto de trovas (tantas quantas o autor desejar), sobre o mesmo assunto, dando origem a um poema.
Portanto são quartetos com versos heptassílabos (redondilhas maiores) e rima ABAB (em todos os quartetos do poema).
Deve ser intitulado.

Cada verso...

Cada verso filtra amor,
Que um coração irradia
Para outro, acolhedor...
Refaz antiga harmonia...

Cada verso animador
Que canta uma melodia
Terna, intensa, com ardor...
Desfaz a melancolia.

Cada verso causador
Desta vida em sintonia,
Tão ligada ao esplendor
Cujo requinte inebria!

Cada verso alentador
Que pela manhã premia
O silêncio, com sabor
De tentação e euforia.

Cada verso é um clamor
À voz do tempo que envia
Discurso galanteador
Ao poeta da magia.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: ficodisgusted.blogspot.com

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Como escrever uma escada de trovas.


Criada a trova raiz, lembrando que uma escada serve tanto para subir como para descer, escolhemos se queremos criar:

A) uma escada de trova subindo

b) ou uma escada de trovas descendo.

São cinco estrofes. A trova raiz pode ser criada pelo próprio poeta  ou pode ser de outro poeta, desde que lhe seja dado o crédito.

No caso A – o último verso (4º) da trova raiz - é o 1º verso da 2ª estrofe, o penúltimo verso da trova raiz (3º) é o 1º verso da 3ª estrofe, o 2º verso da trova raiz é o 1º verso da 4ª estrofe, o 1º verso da trova raiz é o 1º verso da 5ª estrofe.

No caso B - o 1º verso da trova raiz é o 1º verso da 2ª estrofe, o 2º verso da trova raiz é o 1º verso da 3ª estrofe, o 3º verso da trova raiz é o 1º verso da 4ª estrofe, o ltimo verso (4º) da trova raiz é o 1º verso da 5ª estrofe.

Todas as trovas seguem as normas das trovas.
Colocar título.

 

Referências


FABRE, Mardilê Friedrich. À moda antiga: poemas. São Leopoldo: Oikos, 2012.







Fui flechada


Trova raiz 

(Subindo)

 

Não desdigo. Fui flechada.

Não fugi daquele olhar

nem da certeira “cantada”.

Então me pus a sonhar.

 

Mardilê Friedrich Fabre

 

Então me pus a sonhar

com o “Boa noite, Amor”.

Com encanto a divagar

nos poemas guardei dor. ”

 

Nem da certeira “cantada”

que, confesso, eu esperei.

Não pensei que desse em nada,

em minh´alma, ele era rei

 

Não fugi daquele olhar.

Atraía-me por certo

sem fazer-me agonizar.

Queria-me bem por perto.

 

Não desdigo. Fui flechada

com palavras de magia.

Soaram como toada

neste poeta que cria.

 

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Dissertando Com Tempo

 








quinta-feira, 31 de maio de 2018

Como escrever trovas encadeadas



Como escrever trovas encadeadas. São quatro trovas. Criada a primeira trova, as demais são escritas tendo como primeiro verso o último verso da trova anterior, isto é, a segunda trova tem como primeiro verso o último verso da primeira; a terceira terá como primeiro verso, o último da segunda; finalmente, a quarta terá como primeiro verso, o último da terceira.
Colocar título.




Minha alma sangra

Minha alma não tem mais jeito,
livra-se de mim ligeiro
e flana no ar rarefeito
com destino e paradeiro.

Com destino e paradeiro,
embora eu tente trazê-la,
toma seu rumo certinho
e abriga-se numa estrela.

E abriga-se numa estrela
de onde observa minha vida
que anda confusa sem ela,
sem força e desaquecida.

Sem força e desaquecida,
não discute, não afronta,
esvai-se com a ferida
que sangra vezes sem conta.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem:Alma de Poeta


quinta-feira, 24 de maio de 2018

Trova





Trova é uma composição literária de cunho popular, formada por uma estrofe (monostrófica) de quatro versos (quarteto) que devem conter o sentido completo da mensagem que o autor quer transmitir
Cada verso deve conter 7 sílabas (redondilha maior).
A rima é obrigatória, pode ser: alternada, mais comum (ABAB), interpolada (ABBA), emparelhada (AABB) ou simples (ABCB).
O título não é obrigatório.
Na trova, segue-se a pontuação. Se um verso vai continuar no seguinte, este começa com letra minúscula.
 
Referência:
 
https://www.estudopratico.com.br/literatura-entenda-sobre-a-trova/
 
Resultado de imagem para Mulher com rosa cor de rosa

  Trova 1
Não me abato com a dor,
fantasio um mundo bom,
ser tomada pelo amor,
que do rosa tenha o tom.



 Trova 2
Este coração manhoso,       
que não te esquece um segundo,
padece assim silencioso,
permito-lhe um ai profundo.
 
Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Alto Astral


sábado, 28 de abril de 2018

Breve



Forma poética criada pelo poeta brasileiro Humberto Del Maestro.
É composta por dísticos, formando cada um uma frase completa
Os versos têm 5 sílabas (redondilhas menores) com acento nas segundas e quintas sílabas. Por sugestão do autor, terminar o verso com palavras paroxítonas. O breve não precisa de rima nem de título.

 




Versos sublimes



Poeta, tu escondes
Palavras na mente.


São sonhos calados,
No cerne dormentes.


Derrotapoeta,
Silêncio sofrido.


Libera com força
A voz que sufoca.


Arranca do peito
A dor que maltrata.


Sublimes, os versos
Escorrem na folha.


Poeta, revelas-te
Agora sereno.

Referência
Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: Poeta Sonhador by Matheus Felipee 


domingo, 18 de fevereiro de 2018

Driso

O driso foi criado em agosto de 2009 por Montserrat Germá i Pifarré, poetisa espanhola, nascida em Cerviá de les Garrigues, atualmente vivendo na comarca de El Pla d´Urgell, ambas na Catalunha.
O driso nasceu inspirado no indriso, criação poética do espanhol Isidro Iturat com quatro estrofes, 3-3-1-1, que admite as variações: 1-1-3-3; 3-1-3-1; 1-3-1-3;3-1-1-3; 1-3-3-1.
O driso é um poema com cinco estrofes e três maneiras de distribuir nelas os versos, conforme acontece no indriso: 2-2-1 ( driso em sístole); 1-2-2 (driso em diástole); 2-1-2 (driso em sístole interna).

Também como o indriso, a rima, a métrica e o título ficam a critério do autor usá-los ou não.


Referência:
http://vademecum-poetico.blogspot.com/2009/12/el-driso.html


 Minhas mãos

Contemplo minhas mãos... pequenas...
São inquietas, não têm vontades.

Acompanham as cantilenas
Que emanam das imensidades.

Sou eu que não as compreendo.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Tudo de Bom e bota Bommmm nisso!!




Salvação

Agarro-me a um fio de luz
Que no paraíso nasce tímido.

Abre o cinza das nuvens zangadas,

E reveste-me de poesia.
Desse modo vestida, resgato-me.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: DigiForum

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Tancateco



Tancateco ou microtanca, composição literária criada pelo poeta brasileiro Paulo Cesar da Costa Pinto, deriva-se do tanca em “sua variante mais concisa”.

Tancateco é um poema de forma fixa, por isso possui normas das quais o autor não pode fugir.

Estrofes: Como o tanca, é composto por 2 estrofes: um terceto e um dístico.

Métrica: o poema tem 11 sílabas poéticas ao todo, que se distribuem pelos versos e as estrofes assim: terceto; estrutura 1-3-1, a mesma do haicaiteco; dísticos: os 2 versos com 3 sílabas poéticas. Logo, a estrutura do tancateco fica 1-3-1-3-3;

Rima: facultativa;

Tema: livre;

Título: a critério do autor, mas, se houver, deve ter uma palavra;

Os versos podem começar com letras maiúsculas ou minúsculas.



Mardilê Friedrich Fabre

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Haicaiteco


Haicaiteco ou micro-haicai, composição literária criada pelo poeta brasileiro Paulo Cesar da Costa Pinto, deriva-se do haicai em “sua variante mais concisa”.
Por ser um poema de forma fixa, para compô-lo, é necessário observar o seguinte:
Estrofe: como no haicai um terceto;
Métrica: o poema todo tem apenas 5 sílabas poéticas, assim distribuídas pelos versos: 1º verso = 1 sílaba poética; 2º verso = 3 sílabas poéticas; 3º verso = 1 sílaba poética, formando a estrutura 1-3-1;
Rima: facultativa;
Tema: livre;
Título: a critério do autor; se houver, deve ser constituído por uma palavra.

Os versos podem começar com letras maiúsculas ou minúsculas.

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domingo, 31 de julho de 2016

Vaivém nunix



Composição poética criada pelo poeta brasileiro Christiano Nunes.
Para compor um vaivém nunix, devem-se observar estas normas:

estrofes: cinco estrofes: quatro quartetos e um monóstico cuja construção é a seguinte:
O monóstico repete o 1º verso do poema;
a 2ª estrofe é a repetição da 1ª estrofe invertida, então:
1º verso= 4º,
2º verso= 3º,
3º verso= 2º,
4º verso= 1º,
a 3ª e a 4ª estrofes seguem o mesmo esquema;

métrica: todos os versos são redondilhas maiores;

rima: 1ª estrofe: AB / AB
          2ª estrofe: BA / BA
          3ª estrofe: CD / CD
          4ª estrofe: DC / DC
          5ª estrofe: A;

leva título;

tema: livre.

Observação:
Existe o vaivém nunix atípico.
Também se compõe, invertendo os versos na 2ª e na 4ª estrofes, só que , em vez de repetir o mesmo verso, se escreve o verso com outras palavras ou se escreve outro verso, desde que a idéia seja a mesma.

Referência:
http://www.recantodasletras.com.br/tutoriais/4157287





Fosforescência

O sereno fosforesce
Nas pétalas de cetim
Da rosa vermelha em prece.
Como tu brilhas em mim.

Como tu brilhas em mim,
Da rosa vermelha em prece,
Nas pétalas de cetim,
O sereno fosforesce.

Lua que anda devagar,
Encantada com a imagem
Lança fios de luar
P´ra aperfeiçoar miragem.

P´ra aperfeiçoar miragem
Lança fios de luar,
Encantada com a imagem
Lua que anda devagar


O sereno fosforesce.

Mardilê Friedrich Fabre.
Imagem: www.osmais.com

domingo, 10 de julho de 2016

Endecha

Segundo Houaiss, é uma “composição poética de assunto melancólico, formado de estâncias de quatro versos de cinco sílabas”.

O termo endecha é derivado do latim (declaração das virtudes dos mortos) e designa a composição poética que remonta à Grécia Antiga, variante da elegia, com a qual se cultivavam as ladainhas ou cantos fúnebres. A diferença entre elegia e endecha é que a segunda é um poema mais curto.

Em Portugal, a endecha foi cultivada do séc.XVI ao séc.XVIII e não apresentava o tema fúnebre originário.

Para escrever uma endecha o essencial é obedecer às normas:

estrofes: quartetos;

métrica: versos de cinco ou seis sílabas;

 rima: esquemas ABCB, ou ABAB ou ABBA;

tema: composição triste e melancólica;

título: obrigatório.

Usa-se também a palavra endechas (no plural) porque o poema é constituído por mais de uma estrofe.

Referência






Sinto falta


Ah! o teu adeus...
Ecoou em mim...
Tão tristonho o fim
Dos carinhos teus.


Como sinto falta
Da sabedoria.
A paz transmitia
Sempre em voz alta.




Hoje só agruras
Em minha pobre alma...
Nem o eco acalma
Do lume e das juras.


A saudade dói
Como um punhal
Que goteja o mal,
E a perda corrói.


A dama de véu
Levou-te sem pena.
Fim de vida amena.
Foste para o céu.


Lágrimas verti,
Perdi a alegria,
Quando te veria?
Amarguei sem ti.


Ainda te vejo.
Quieto me escutas
Traçar minhas lutas,
Revelar desejos...


Só o que me resta
É a firme espera.
Um desejo impera:
Poder ver-te em festa.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem:reencontros-dinamc.blogspot.com

domingo, 26 de junho de 2016

Gazela



Foi o poeta peruano Manuel González Prada quem introduziu em sua obra este tipo de composição literária. Ela consta de uma estrofe de 10 ou 12 versos de oito sílabas poéticas ou mais. Os dois primeiros versos rimam entre si, os demais versos pares rimam com os dois primeiros, e os outros versos ímpares não rimam, ficando assim o esquema da rima: AABACADAEA(FA).
O título é dispensado e pode versar sobre qualquer tema.

Referência:
http://vademecum-poetico.blogspot.com.br/2010/08/otras-formas-poeticas.html




Minha querida, não me deixes só,
Não morras como a flor; de mim tem dó.
Eflui em versos, não queimes minha alma.
Vê, peço-te em palavras de filó
Para que possas ser tênue e sutil
E em letras transversais gravar na mó
Este amor que me abrasa inteiramente.
E a vida me tombou em dominó...
Dance em sonoros cantos outonais
A poesia, que a tarde finda em pó.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagem:www.flickr.com

sábado, 11 de junho de 2016

Rimas em duplas



Este tipo de composição literária é uma criação da escritora brasileira Madaglor de Oliveira (Maria da Glória de Jesus de Oliveira). Este tipo de poema apresenta como características:

Estrofes: 3 dísticos;

Métrica: sem métrica

Rima: rima interna e no final;

Tema: à escolha do autor;

Título: obrigatório

Referências


http://www.recantodasletras.com.br/tutoriais/5237330






O que faço agora?


Neste dia sombrio, a dúvida me faz companhia
De angústia me contagio, esvai-se a energia.

Desanimada, não corto as amarras
Que para dentro de mim porto como garras.

Insisto no sofrimento, meu coração chora.
Nem sorrir mais tento, nem sei o que faço agora.


Mardilê Friedrich Fabre

Imagem:umanjosombrio.tumblr.com